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Teologia da Prosperidade: Enganosa e Mortal

Nota do Editor: Esta série examina a teologia da prosperidade todas as quintas e sextas-feiras durante o mês de junho. Exploramos a teologia, sociologia e influência internacional deste popular, mas aberrante, ensino. O The Gospel Coalition International Outreach (TGC-IO) estabeleceu parceria com autores e editores africanos a fim de criar materiais que examinem biblicamente o evangelho da prosperidade, os quais serão distribuídos gratuitamente em toda a África e outras regiões. Em “Prosperity? Finding the True Gospel”, os pastores africanos Michael Otieno Maura, Ken Mbugua, e Conrad Mbewe, unem-se a John Piper e Wayne Grudem para direcionar pastores e outros cristãos para além dos enganos da teologia da prosperidade, rumo ao verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. Para mais informações, sobre este nobre projeto, veja a página deste projeto de auxílio. Anteriormente: “O Evangelho da Prosperidade Nascido nos EUA” (Russell Woodbridge) “Cinco Erros do Evangelho da Prosperidade” (David W. Jones) “Visitei uma Mega-Igreja que Prega a Teologia da Prosperidade” (Steven Morales) “África – Infestada pelo Ensino da Saúde e da Riqueza” (Jeff Robinson e Jeff Atherstone) “Jabez e a Sutil Teologia da Prosperidade” (David Schrock) “A Teologia da Prosperidade na América Latina” (Jairo Namnún) “A Teologia da Prosperidade Tomou o Lugar do Evangelho Verdadeiro na África (Conrad Mbebe) Quando leio sobre a teologia da prosperidade nas igrejas, minha resposta é: “Se eu já não estivesse dentro do cristianismo, eu não desejaria estar.” Em outras palavras: se essa é a mensagem de Jesus, não, obrigado!

Atrair as pessoas a Cristo prometendo riqueza é tanto enganoso como mortal. É enganoso porque quando o próprio Jesus nos chamou, ele disse coisas como: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14.33). E é mortal porque o desejo de ser rico faz com que as pessoas caiam “na ruína e perdição” (1 Timóteo 6:19). Assim, aqui está o meu apelo aos pregadores do evangelho.

1. Não desenvolva uma filosofia de ministério que torne ainda mais difícil às pessoas entrar no céu.

Jesus disse: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” Seus discípulos ficaram estupefatos, como muitos no movimento de “prosperidade” deveriam ficar. Assim, Jesus aumentou ainda mais o assombro deles dizendo: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”. Eles responderam em descrença: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus disse: “Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível” (Marcos 10.23-27). Minha pergunta para os pregadores da prosperidade é: Por que você desejaria desenvolver um foco ministerial que torna mais difícil às pessoas entrar no céu?

2. Não desenvolva uma filosofia de ministério que atice desejos suicidas nas pessoas.

Paulo disse: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1 Timóteo 6.6-10).

Assim, minha pergunta para os pregadores da prosperidade é: Por que você desejaria desenvolver um ministério que encoraja as pessoas a se atormentarem com muitas dores e se afogarem na ruína e perdição?

3. Não desenvolva uma filosofia de ministério que encoraje a vulnerabilidade à traça e à ferrugem.

Jesus adverte contra o esforço de ajuntar tesouro na terra. Isto é, ele nos manda ser doadores, e não guardiões. “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mateus 6.19).

Sim, todos nós guardamos algo. Mas dada a nossa tendência inerente em todos nós para com a ambição, por que deveríamos tirar o foco de Jesus e invertê-lo totalmente?

4. Não desenvolva uma filosofia de ministério que faça trabalho duro significar acúmulo de riqueza.

Paulo disse que não deveríamos roubar. A alternativa era trabalhar duro com as nossas próprias mãos. Mas o propósito principal não era meramente acumular ou mesmo ter. O propósito era “ter para dar.” “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Efésios 4.28). Isso não é justificação para ser rico a fim de dar mais. É um chamado para fazer mais e acumular menos, para que possa dar mais. Não há razão pela qual uma pessoa que ganha R$ 500.000,00 por ano deva viver diferentemente de uma pessoa que ganha R$ 200.000,00. Descubra um estilo de vida moderado; corte os seus gastos supérfluos; então, dê o restante.

Por que você desejaria encorajar as pessoas a pensar que elas deveriam possuir riqueza para serem um doador generoso? Por que não encorajá-las a manter suas vidas mais simples e serem um doador ainda mais generoso? Isso não adicionaria à generosidade deles um forte testemunho que Cristo, e não seus bens, é o seu tesouro?

5. Não desenvolva uma filosofia de ministério que promova menos fé na promessa de Deus ser para nós o que o dinheiro não pode ser.

A razão do escritor aos Hebreus nos mandar estar contentes com o que temos é que o oposto implica menos fé nas promessas de Deus. Ele diz: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hebreus 13.5-6).

Se a Bíblia nos diz que estarmos contentes com o que temos honra a promessa de Deus nunca nos abandonar, por que desejaríamos ensinar as pessoas a desejarem ser ricas?

6. Não desenvolva uma filosofia de ministério que contribua para que o seu povo fique sufocado até a morte.

Jesus adverte que a palavra de Deus, que tem o intento de nos dar vida, pode ser sufocada pelas riquezas. Ele diz que isso é como uma semente que cresce entre espinhos, e é sufocada até a morte: “A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer” (Lucas 8.14).

Por que desejaríamos encorajar as pessoas a buscar a própria coisa que Jesus adverte que nos sufocará até a morte?

7. Não desenvolva uma filosofia de ministério que tire o sabor do sal e coloque a candeia debaixo da vasilha.

O que existe nos cristãos que os torna o sal da terra e a luz do mundo? Não é a riqueza! O desejo e a busca por riqueza têm o mesmíssimo sabor e aparência do mundo. Isso não oferece ao mundo nada diferente daquilo que ele já crê. A grande tragédia da teologia da prosperidade é que uma pessoa não tem que ser espiritualmente vivificada para abraçá-la; a pessoa precisa ser apenas gananciosa.  Ficar rico em nome de Jesus não é ser o sal da terra ou a luz do mundo. Nisso, o mundo simplesmente vê um reflexo de si mesmo. E se funciona, eles comprarão.

O contexto do discurso de Jesus nos mostra o que é o sal e a terra. Eles são a disposição alegre de sofrer por Cristo. Aqui está o que Jesus disse: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Vós sois o sal da terra…Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5.11-14).

O que fará o mundo provar (o sal) e ver (a luz) de Cristo em nós não é que amamos a riqueza da mesma forma que eles o fazem. Antes, será a disposição e a capacidade dos cristãos amarem os outros mesmo durante o sofrimento, enquanto se regozijam porque a recompensa deles está no céu com Jesus. Isso é inexplicável em termos humanos. É sobrenatural! Mas atrair as pessoas com promessas de prosperidade é simplesmente natural. Essa não é a mensagem de Jesus. Ele não morreu para assegurar isso.

 

Publicado originalmente em DesiringGod.org.

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