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Questionando Dentro dos Limites da Fé

“Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?” (Salmos 11.3)

Lembrei-me da pergunta do salmista ao ler o último livro de Matthew Lee Anderson, “The End of Our Exploring: A Book About Questioning and the Confidence of Faith” [O Fim de Nossa Investigaçāo: Um Livro sobre o Questionamento e a Confidência da Fé] (sem edição em português). A pergunta desesperada de Davi (e o excelente livro do Mateus) tem um significado pessoal para mim. A pergunta de Davi me manteve procurando, me manteve esperando, manteve-me perseverando durante uma época escura de dúvida no meu segundo ano de faculdade. No salmo, “os fundamentos” a que Davi se refere são provavelmente os governantes sábios e justos de Israel, os responsáveis ​​pelo bem-estar do povo de Deus. Se os ímpios destruíssem tais líderes, o que faria o resto de Israel? Quando os guardiães são aviltados, quem irá proteger o povo?

Na minha experiência, a questão foi mais pessoal. O que me preocupava não era a segurança dos líderes fundacionais, mas a autoridade e confiabilidade das Escrituras que era o fundamento da minha fé e a fonte do meu conhecimento sobre Jesus Cristo. Durante meu primeiro ano na universidade Texas A&M, a Bíblia se abriu para mim de uma maneira sem precedentes e que transformou minha vida. Eu devorava sermões, artigos e livros, e acima de tudo, as Escrituras. Naquela época, âncoras teológicas tais como as doutrinas da graça e da glória do evangelho foram estabelecidas. “Crescendo a todo vapor” é a frase que sempre me vem à mente quando penso naquele ano.

Despreparado para as Perguntas

No começo do meu segundo ano, decidi desenvolver este amor pelas Escrituras e me matriculei numa classe sobre o Antigo Testamento. Nessa classe, fui exposto pela primeira vez ao criticismo bíblico maior, à hipótese documental e a outras tentativas de desconstruir a integridade da Bíblia e tratá-la apenas como uma coleção de textos antigos (e cheia de erros). Basta dizer que eu estava mal equipado para lidar com essas teorias.

As perguntas vieram e continuavam vindo. A Bíblia é verdadeira, confiável e autoritária, ou é apenas outra expressão humana e falível da religiosidade do homem? E se o cristianismo não for verdade? E se Jesus não é o caminho para Deus? E se o budismo ou o Islã ou o ateísmo forem realmente verdadeiros? Se as Escrituras estão em disputa, como posso ter alguma certeza sobre a realidade? E, dado o risco eterno envolvido, como posso começar a compreender tudo isso?

A questão dos riscos envolvidos realmente me deixou desnorteado. A realidade do inferno caiu sobre mim como uma tonelada de tijolos. Eu sabia o que a Bíblia ensinava: que milhões de pessoas, incluindo pessoas que eu conhecia, sofreriam por toda a eternidade por sua rebelião contra Deus. Mas agora eu não tinha certeza se era verdade. O redemoinho de perguntas me fez sair do controle: ansiedade extrema, ataques de pânico, lágrimas desesperadas seguidas de dormência emocional e uma depressão espiritual prolongada. Nesse contexto, a pergunta de Davi sobre fundamentos destruídos provou ser tão significativa para mim. Se as Escrituras forem destruídas como meu fundamento, o que devo fazer?

A pergunta de David não respondeu às minhas perguntas. Elas permaneceram tão potentes e incessantes como sempre. Na verdade, elas haviam se tornado mais do que meras perguntas; agora eram dúvidas profundas e inquietantes. E, como observa Anderson em seu livro, duvidar e questionar não são a mesma coisa:

A dúvida parece ser mais um estado ou condição, enquanto o questionar é uma busca. Quando duvidamos, hesitamos em aceitar ou receber o que está diante de nós. Vacilamos em nossa postura e nos impedimos de nos comprometermos. A postura da dúvida é diferente até da incredulidade absoluta: não é nem a ousadia de uma rejeição absoluta nem a humildade da crença. Trata-se, ao contrário, de uma duplicidade de mente vacilante que nos impede de viver uma vida plenamente integrada no mundo. É ser levado por cada onda e vento do mar.

Mas a pergunta de Davi foi tão útil precisamente porque não tentou responder às minhas perguntas específicas. Eu já tinha corrido atrás de (e alcançado) respostas suficientes para saber que poderia sempre (e o faria sempre) ter mais perguntas. A pergunta de Davi me ancorou pela mesma razão que a descrição de John Piper da “auto-extinção” em seu esboço biográfico de Charles Spurgeon: Confirmou que eu não estava sozinho, que eu não fui o primeiro a sentir o desespero dos fundamentos se derretendo debaixo dos meus pés. E na ausência de respostas, isto foi suficiente para me manter no caminho.

Cristo É a Resposta

O Salmo 11 confirmou para mim que o que eu realmente precisava não era de respostas. Em vez disso, eu necessitava encontrar a Resposta, Aquele cujo trono está no céu, o Justo que testa os justos para que eles possam estar diante dele. A pergunta de Davi reorientou minhas perguntas, então passei a buscar o rosto de Javé.

Gostaria de poder dizer que esta reorientação produziu resultados dramáticos, que Deus respondeu à minha nova busca com um “momento de Jó”, o que eu tanto desejava. Lembro-me de implorar a Deus para quebrasse a porta com um redemoinho e me chutasse a cara com suas próprias perguntas, porque assim pelo menos eu saberia que ele é real. Mas o “momento de Jó” nunca veio. Em vez disso, eu continuava crendo, mesmo que fosse uma fé tipo “ajude minha incredulidade”. Continuei buscando já que era a única maneira de encontrar o que estava procurando. Continuei com esperança já que pensava que se o Deus bíblico é real, então certamente ele pode se fazer presente. E ao longo do tempo, a escuridão tornou-se menos escura, a depressão menos intensa, as perguntas menos incessantes. O amanhecer veio lentamente, mas chegou. Vim a perceber que a insegurança que sentia não era tanto sobre as Escrituras, mas sobre mim mesmo. Percebi a verdade que, como Anderson descreveu, “Não podemos (…) 'nos abster de julgar' sobre se o cristianismo é verdadeiro como se estivéssemos além e fora dele e dando um veredicto no tribunal de justiça (…) Se a nossa fé nos faz quem somos, então todos os nossos questionamentos acontecem dentro dos limites da fé “.

Portanto, questione dentro dos limites da fé. Deixe que sua fé procure entendimento. Ou, como Davi nos mostra no Salmo 11, refugie-se no Senhor, depois pergunte sobre esses fundamentos. Esta postura, este tipo de exploração fiel e imaginativa, inevitavelmente nos levará à presença do Senhor. Lá contemplamos seu rosto glorioso, brilhando com brilho suficiente para acalmar todas as ondas de dúvidas e todos os mares em pânico.

Traduzido por Suzana L. Braga

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
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