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Quando Deus Nos Chama Para Um Novo Território

Voddie Baucham Sobre Sua Mudança Para a Zâmbia

16 de julho de 2015 

Nota do editor: Esta série examina as doutrinas fundamentais da fé cristã e suas ramificações práticas para a vida cotidiana. Anteriormente nesta série:

D. A. Carson, Jesus Vive para Sempre Intercedendo Por Ti

Sam Storms, Cristo Voltará

Robert Peterson, Adotado pelo Deus Vivo

Gregg Allison, Aquele Que Sonda Corações

Fred Sanders, A Estranhez da Trindade É Uma Coisa Boa

Randy Alcorn, Looking Forward to a Heaven We Can Imagine

John Frame, Every Hair on Your Head Is Numbered

Tom Schreiner, The Best News You Can Possibly Imagine

Graeme Goldsworthy, The Preacher’s Neglected Tool


Quando Deus o chama para deixar seu ministério e ir para o outro lado do mundo, para um país de terceiro mundo com sua esposa e nove filhos, provavelmente você tem uma boa história para contar. Voddie Baucham tem. Ele está deixando seu ministério na Grace Family Baptist Church, em Spring, no Texas, EUA, para exercer um novo ministério, na African Christian University (ACU), na Zâmbia.

Entrevistei Baucham sobre como Deus o conduziu ao seu novo chamado, o que ele está aprendendo com o processo e como podemos orar por ele e sua família nesta mudança. 


Conte-nos sobre o processo pelo qual Deus o chamou para a Zâmbia. 

O chamado para a Zâmbia durou um período de sete anos. Visitei Lusaka pela primeira vez em Agosto de 2007, para a Conferência Reformada da Zambia, que ocorre anualmente. Esta visita foi o suficiente para eu me convencer de que faria um investimento significativo na obra de Deus na Zâmbia. Sabia que se o Senhor demorasse um pouco e me fortalecesse, estaria de volta.

No entanto, eu não sabia que forma este investimento tomaria. Tive muitas ideias ao longo dos anos, mas nada concreto. Além disso, minha esposa não estava convencida. E eu não levaria nada adiante sem ela concordar plenamente! Entendo que minha esposa e eu somos “herdeiros da mesma graça de vida” (1 Pe 3.7). Eu não a arrastaria para a África; ela precisava vir de bom grado. Sete anos depois, estávamos em um quarto de hotel em Kitwe, Zâmbia, quando ela se aproximou e disse: “Está na hora”. Deus havia trabalhado nela da maneira como havia trabalhado em mim. Ela percebeu a necessidade e o modo singular com o qual eu estava preparado para contribuir na obra, e se convenceu de que era do Senhor.

O próximo passo foi entrar em contato com os meus presbíteros para ver o que eles achavam. Nós levamos Hebreus 13.17 a sério, então não fiz só ligar e dizer: “Ei, estamos nos mudando para a África!” Liguei e contei a eles o que estava acontecendo, e lhes pedi para considerarem isso em espírito de oração e nos aconselhar.

Como será o seu ministério dia a dia na African Christian University?

A ACU é uma universidade clássica, de artes liberais, com um programa de trabalho para alunos. É uma espécie de uma mescla entre a “Ivy League” primitiva e “Tuskegee”. (Nota do tradutor: “Ivy League” se refere às sete mais prestigiosas universidades Norte-Americanas, que foram inicialmente organizadas para treinar pastores. “Tuskegee” se refere a um campo de treinamento de pilotos Afro-Americanos durante a Segunda Guerra Mundial.) A universidade está muito mais próxima de começar a operar do que o seminário, por isso vou (1) lidar com o trabalho preliminar de iniciar o seminário (meu título é de reitor do seminário), recrutando e montando uma corpo docente, definindo a direção da escola e levantando recursos; e (2) ajudar a universidade, conforme necessário (ensino, recrutamento, etc.).

Em que aspectos você crê que seu ministério na Zâmbia será diferente do seu ministério atual? 

A maior diferença será o ambiente acadêmico. Amo e sirvo a igreja local, e sempre o farei. Na verdade, uma das coisas que me atrai na ACU é o compromisso, o envolvimento e a supervisão da igreja local. Contudo, vou sentir falta de pregar regularmente e pastorear um rebanho. Claro, estou ansioso para voltar a fazer isso assim que possível, quer na Zâmbia, ou aqui mesmo, quando acabar lá (independentemente do tempo que levar). Mas enquanto isso, vai ser uma grande mudança.

Tomar a decisão de se mudar com sua esposa e nove filhos para o outro lado do mundo deve ter exigido muita fé. Você enfrentou medos ou incertezas sobre o futuro? O que você aprendeu com este processo de responder à direção de Deus?

Esse é o aspecto mais difícil de toda esta mudança. Em primeiro lugar, estamos deixando nossos dois filhos mais velhos aqui, então há uma separação, distância e tudo o que isso implica. Em segundo lugar, há uma miríade de questões culturais a se considerar, tudo, desde comida e água até moradia e dirigir na mão invertida. Em terceiro lugar, há as questões financeiras. A Zâmbia é um país do terceiro mundo, mas o nosso custo de vida vai aumentar! Pesquisei em um desses sites de realocação empresarial, com a expectativa de que poderíamos viver com metade do que atualmente recebemos, mas acabei descobrindo que custaria mais. Claro, isto é devido ao fato de que: (a) Houston é uma das cidades mais em conta nos EUA; (b) A Zâmbia é um país sem litoral (o que faz tudo ser caro); e (c) Lusaka é uma capital cheia de expatriados de todo o mundo. 

Tudo isso é difícil. Passei as últimas duas décadas em um ministério itinerante. Nunca havia recebido salário da minha igreja, e nunca contei com angariação de fundos ou uma base de apoio em qualquer grau. Portanto, este é um território novo. Certamente há dias em que me pergunto: Você tem certeza do que está fazendo? Todavia, seguimos em frente. Deus continua a nos ensinar a confiar nEle. Ele continua chegando na hora “H”. Ele também continua nos lembrando de que nāo “necessitamos” nem perto de tudo aquilo que pensamos que necessitamos.

Muitos cristãos norte-americanos sentem a obrigação de realizar a obra de Deus em outras partes do mundo, mas não têm certeza se devem enviar outras pessoas ou irem eles mesmos. Como você os incentivaria a discernir se devem ou não se mudar para o exterior?

Nós nos tornamos demasiadamente individualistas e místicos em nossa abordagem para quase tudo. “Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem.” (Pv 15.22). E, mais uma vez, Hebreus 13.17 é fundamental: “Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas” (Hb 13.17). 

Não somos lobos solitários. Somos parte de um corpo; estamos sob autoridade. Devemos nos lembrar que não iremos, a não ser que sejamos enviados (Rm 10.15). É errado e insensato achar que o Espírito Santo só realiza Seu trabalho na vida secreta do indivíduo. Não é ao indivíduo, mas à igreja que Jesus promete: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Se uma pessoa não tem a aprovação de sua igreja local, então sua habilidade para arrecadar recursos e para convencer aqueles a quem mal conhecem para confirmarem o que “sentem no coração” simplesmente não é suficiente. A obra de Deus está sendo deturpada em todo o mundo por apóstatas e charlatães auto-nomeados, que estão convencidos de que “o Senhor me disse para fazer isso!” sem ninguém a quem prestar contas.  

Assim, eu diria que necessitamos ser seguidores, antes mesmo de considerar se somos quem vai ou quem envia. Há muito mais em jogo. Não é suficiente apenas ir; temos de (1) ir biblicamente e (2) levar a coisa certa conosco (o evangelho poderoso, autêntico, transformador e impactante da cultura). Isso requer mais do que fortes impressões e sentimentos. Vai além até de ter “carinho” ou paixão por um lugar ou por pessoas. Exige crença e compromisso com a igreja como a “coluna e esteio da verdade” (1Tm 3.15), como plano de Deus, não só para o mundo perdido, mas para mim mesmo. Necessito da igreja!

Como podemos orar por você e sua família nesse momento?

Orem por minha esposa e filhos. Vou estar muito ocupado, e de muitas maneiras a transição será mais fácil para mim. Eles, por outro lado, vão sentir o peso do choque cultural. Além disso, orem pela mudança em si. Este é um projeto imenso. Nós ainda precisamos vender nossa casa e conseguir uma do outro lado (tivemos uma casa alugada para nós na Zâmbia depois de fazer uma viagem para garantir a moradia). E orem para que o Senhor nos use para Sua glória; que possamos investir satisfatoriamente e dar muitos frutos.

Traduzido por Guilherme Cordeiro.

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
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