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Por Que O Canto Congregacional Importa Hoje Mais Do Que Nunca

14 de janeiro de 2017.

Eu amo Yo-Yo Ma.

As magistrais, quase irretocáveis batidas de seu arco, dançando sobre as cordas retesadas, ressuscitam melodias meticulosamente trabalhadas, evocadas há séculos entre os mestres da Música.

Séculos se passaram desde então. Ainda assim, deito-me na cama à noite, ouvindo estes clássicos revividos pelas mãos de um prodígio moderno — cada nota chegando a mim pelos minúsculos e brancos fones de ouvido, como se atravessassem o tempo e o espaço.

Ah, como as coisas mudaram desde a época em que meus pais nos levava, nas noites de domingos, à casa de amigos missionários ou pastores. Aquelas noites, muitas vezes, terminavam com todos cantando juntos, mesmo que alguns de nós, com duvidoso dom musical, pudessem tornar aquele momento excruciante.

Muito diferente do Yo-Yo Ma.

Mas era algo, e algo especial. Talvez as mudanças nada sutis entre aqueles dias e hoje testemunhem sobre como digerimos música de forma diferente, uma mudança que se infiltrou em nossas igrejas.

Bem Vivo 

Assim como o entretenimento doméstico passou de cantorias entre parentes ou vizinhos para a capacidade de consumir qualquer música que os profissionais globais ofereçam, a igreja se afastou da ênfase no canto coletivo. Na melhor das hipóteses, as igrejas maiores direcionaram-se para uma música mais profissional, focada na execução. E as igrejas menores têm adotado cada vez menos o estilo “aceitamos qualquer ajuda”, uma vez que essa prática se mostra ultrapassada, irrelevante e, por vezes, até mesmo embaraçosa. Afinal de contas, quem pode competir com os mestres?

Parece que o progresso de nossa sociedade desempenhou um papel para acabar com o canto congregacional, não é?

Não. 

O canto congregacional não está nem um pouco morto, principalmente porque está conectado a uma fonte de vida acima das tendências culturais ou das comparações modernas. Mesmo assim, ele recebe menos atenção e admiração do que deveria, e há várias razões. Em primeiro lugar, as pessoas tendem a serem atraídas para igrejas maiores, nas quais a execução da música se aproxima do profissional; em princípio, não há nada de errado com isso. Em segundo lugar, na maioria das igrejas, a música tende a ser tão alta que a congregação simplesmente não consegue se ouvir cantando. Em terceiro lugar, igrejas menores, com menos capacidade de produzir música de qualidade profissional, tendem a minimizar o canto em conjunto, de modo a minimizar embaraços ou uma fraqueza constatada. 

O canto congregacional não está nem um pouco morto, principalmente porque está conectado a uma fonte de vida acima das tendências culturais ou das comparações modernas.

Mas agora é o momento de abraçarmos mais uma vez o crucial papel do canto congregacional em nossas igrejas. Cantar é um ato de obediência; reunimo-nos e cantamos porque fomos chamados a fazê-lo. Tal como falar a verdade. Tal como amar nossa esposa e nossos filhos. Tal como amar ao próximo como a nós mesmos. Estas podem parecer declarações ousadas, mas considere o seguinte: cantar é uma expressão real e tangível do amar ao Senhor com todo o nosso coração e todo o nosso ser, e do amar ao próximo como a nós mesmos. 

Cantar é também um privilégio, uma antecipação do céu. Afinal, num dia futuro, todas as tribos, línguas, nações e todos os povos irão cantar como uma única congregação, perante o trono do Cordeiro ressurreto. Até lá, encontramos um microcosmo daquele dia na forma de adoração congregacional, embora esta nāo seja muito impressionante. Ao anteciparmos as incomparáveis glórias do céu, nosso canto conjunto, na terra, possui valor incomensurável. A amplitude disto se torna cada vez mais perceptível de três maneiras.

1. O canto congregacional nos afeta como indivíduos 

Em primeiro lugar, cantar nos afeta como indivíduos. Em nossa sociedade prolifera a depressão, a auto-estima é confusa, casamentos e famílias se despedaçam, as taxas de suicídio estāo altíssimas, e prevalece um sentimento de turbulência global. Em meio a tudo isso, é só quando cantamos que colocamos a Deus em seu devido lugar, nos engajando com ele através de nossos intelectos, nossas emoções e nossos corpos. Não podemos nos elevar acima das dificuldades do mundo até que nossos olhos se voltem para aquele que é maior que nós mesmos.

Na música congregacional, proclamamos o que, às vezes, parece impossível de proclamar em nosso “eu” natural: “Tu és o centro do universo. Eu sou um ser passageiro; tu és eterno”. No louvor, o que é pessoal se conecta ao eterno. Portanto, ao cantarmos, erguemos nossos olhos para o aquilo que é maior, e encontramos alívio. Em última análise, nossa mente é renovada ao nos lembrarmos da misericórdia de Deus, e oferecermos nossos corpos a ele como sacrifícios vivos (Rm 12.1-2).

Não podemos nos elevar acima das dificuldades do mundo até que nossos olhos se voltem para aquele que é maior que nós mesmos.

2. O canto congregacional afeta nossa comunidade 

Em segundo lugar, o canto congregacional afeta nossa comunidade. Seu impacto sobre nós, enquanto indivíduos, reverbera em direção àqueles que nos rodeiam. O apóstolo Paulo, muitas vezes incentivava as primeiras igrejas a oferecerem um culto autêntico. Ele disse a estes novos cristãos para encorajarem uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais (Ef 5.19). Em outras palavras, quando cantamos, estamos lembrando uns aos outros as verdades eternas e, portanto, forjamos um duradouro vínculo espiritual entre nós. Não estamos cantando apenas para Deus; cantamos um para o outro. 

3. O canto congregacional ajuda nosso testemunho 

Por último, o canto congregacional é um testemunho radical para aqueles que estão visitando a igreja.

Imagine como nosso canto em conjunto soa a um atento mundo descrente. Eles vêem pessoas cantando junto apaixonadamente. Vêem comunidades de indivíduos desesperados se unindo, homens e mulheres que não poderiam jogar golfe no mesmo clube de campo ou enviar seus filhos à mesma escola. E, no entanto, eles estão juntos, cantando uns para os outros a singular melodia das boas novas.

Quando eu era criança, me diziam para “cantar forte” porque isso poderia dar um bom testemunho. Mas cantar é sempre testemunho de algo, seja do maior privilégio de nossa vida ou do fato de que, francamente, estamos entediados. Sejam aqueles que visitam nossa igreja, sejam nossos filhos que ainda nāo creram em Cristo, sejam as pessoas na calçada que ouvem nossas vozes quando cantamos juntos sobre a graça de nosso Salvador, todos recebem um poderoso testemunho.

Concerto Eterno 

Eu amo Yo-Yo Ma. Mas cantar com o povo de Deus? Juntar-se ao coro eterno? Abraçar nosso destino comprado por sangue? Estar ao lado daqueles que têm lágrimas nos olhos? Lembrar-me de quando estas mesmas pessoas estiveram ao meu lado quando eu tinha lágrimas em meus olhos? Cantar a este mundo sobre a única esperança que temos no mundo?

Este é o concerto eterno da alma, a obra-prima final.

Nota do editor: Para mais sobre Keith e Kristyn Getty, incluindo informações sobre seu mais novo álbum Facing a Task Unfinished [Concluindo uma Tarefa Inacabada], visite www.GettyMusic.com

Traduzido por Daila Fanny

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
To learn about the evidence for the historical reliability of the four Gospels, click below to access a FREE eBook of Can We Trust the Gospels? written by New Testament scholar Peter J. Williams.
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