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O Pastor Não É Casado com a Igreja

Há mais de 10 anos atrás, num domingo em que meu marido, recém-formado do seminário, estava sendo ordenado como pastor, um piedoso homem mais velho se aproximou de nós. “Bem”, ele disse solenemente a meu marido, “hoje é o dia no qual você se casa com esta igreja”.

Fiquei desolada. Estava disposta a ser a esposa do pastor. Mas não estava disposta a ser a outra esposa do pastor.

E fico muito agradecida por não ter que ser.

Desde aquele dia, já ouvi muitas vezes este mesmo mito repetido de várias formas. Algumas são com intenção de encorajar: “Obrigado por compartilhar seu marido conosco. Alegramo-nos por ele ser o marido de toda a igreja”. Algumas são solidárias: “Deve ser difícil ser casada com um cara que é casado com a igreja”. E algumas têm a intençāo de minimizar expectativas: “É claro, a esposa de um pastor tem de perceber que seu marido tem duas esposas e não pode esperar que ele se concentre muito sobre si mesma”.

Servo, não Esposo  

Não tenho certeza da origem deste mito, mas não é verdadeiro.

Nas Escrituras, os apóstolos referem-se aos membros da igreja como seus irmãos e irmãs (Fp 4.1), seus filhinhos (1 Jo 2.1), até mesmo como seus amados (Fp 2.12). Expressam “abundante amor” (2 Co 2.4) pela igreja, e uma vontade de “se gastarem e se deixarem gastar” (2 Co 12.15) por ela. Procuram com grande desejo estar com ela (1 Ts 2.17), oram fielmente por ela (2 Ts 1.11-12), e se regozijam quando ela está andando na verdade (3 Jo 1.4).

Mas nunca chamam a igreja de esposa.

A igreja é uma noiva, e vai se casar com um homem. Esta é uma das grandes glórias do evangelho. Mas, como Paulo deixa claro, a igreja tem apenas um esposo. Ele escreve: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura.” (2 Co 11.2). Num dia excepcionalmente belo, a igreja irá se casar com o Deus-homem. Seu pastor é apenas quem arranja o encontro.

Três Tipos de Liberdade

Esposa de pastor, seu marido não está casado com a igreja. E isto a liberta de três formas maravilhosas:

1. Tem liberdade para esperar que seu marido seja seu marido.

Obviamente, a esposa de um pastor é chamada a compartilhar o tempo e a energia de seu marido (assim como outras esposas de homens de muitas outras profissões). E seu sacrifício jubiloso e generoso (durante reuniões com os presbíteros que vão até tarde da noite, ou quando férias familiares são interrompidas) é precioso na visão de Cristo.

Mas, como a esposa do pastor, sua única esposa, ela também tem liberdade para esperar que ele seja seu marido fiel, cumprindo com suas responsabilidades de serviço e de amor para com ela.

Ela pode, sem pestanejar, requerer seu tempo, sua afeição física, sua provisão material e suas orações. Pode ter a expectativa que ele descarte o lixo reciclável e esteja junto dela em suas lutas. Pode ter a expectativa de que ele seja seu amigo e seu amado. Isto não só é correto, mas é também bom para a congregação, que irá ver, retratado em seu casamento, o amor alegre, terno e mútuo de Jesus e sua noiva.

2. Tem liberdade para amar sua igreja sem ressentimentos.

Desde Raquel e Lia a Ana e Penina, as Escrituras mostram que ter duas mulheres nunca funciona muito bem. As duas raramente estão em paz entre si; em vez disso, a relação é caracterizada por rancor, inveja e cobiça.

E se a esposa do pastor achar que a igreja é a outra esposa de seu marido, ela terá dificuldades para amar a igreja. Neste tipo de arranjo sem vencedores, cada pouco de atenção que o marido dispense à igreja é visto como menos atenção dada a ela, e todos os esforços para o bem da igreja sāo vistos como esforços subtraídos de seu próprio bem estar.

Mas, graças a Deus, Jesus é único marido da igreja. O tempo que o pastor gasta pastoreando o rebanho é tempo gasto servindo a Cristo. O tempo em que a esposa do pastor cede o marido, é tempo gasto servindo a Cristo. A esposa do pastor pode trocar sua saída a sós como casal, por um aconselhamento a outro casal com problemas no casamento, e sua refeição familiar pela conta do supermercado de outra pessoa, porque ela e seu marido estão trabalhando juntos por um alvo mútuo: a glória de Jesus e o bem de Sua noiva.

3. Tem liberdade para lançar sobre Jesus sua igreja.

Se, no dia de sua ordenação, meu marido tivesse realmente se casado com a igreja, duvido que estaríamos vivos hoje. A responsabilidade de ser casado com a igreja, as exigências necessárias de santificá-la e apresentá-la sem mácula (Ef 5.25-27), é uma tarefa muito além da capacidade humana. Um mero homem jamais poderia aperfeiçoar esta noiva, às vezes teimosa e tola, a tempo para o seu casamento. A carga (e nossa fraqueza) nos teria esmagado a ambos há muito tempo.

Mas a verdade que só Cristo se casa com a igreja, que Cristo a santifica e que Cristo a torna santa, liberta a esposa do pastor para lançar a igreja, não sobre o marido, mas sobre seu Rei. Quando desafios congregacionais (divisões, mesquinhez, ignorância, rebelião, orgulho espiritual, negligência espiritual) ameaçam triturá-la, a esposa do pastor pode ter bom ânimo. Estes grandes pecados são problemas destinados a serem tratados por um grande Salvador. E a esposa do pastor pode levá-los todos a ele.

Ela pode orar pela igreja, e pode orar com a igreja, sabendo que o bem-estar da noiva não depende, em última análise, do fraco e vacilante esforço humano, mas do trabalho perfeito do único noivo sem pecado, Jesus Cristo.

Traduzido por Joāo Pedro Cavani

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