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A igreja de meus pais tem genuflexórios sob seus bancos, e a congregação os usa durante a oração. Quando recentemente participamos do culto lá, notei que o fato de nos pormos de joelhos é um grande equalizador. Meu marido tem 1,93m de altura, mas de joelhos ele parecia ter o mesmo tamanho que todo mundo. Ao seu lado, meus filhos ajoelhados sobre a superfície acolchoada pareciam mais altos do que o habitual. Olhando ao redor do santuário, vi pequeninas avós se endireitarem e atletas esguios se curvarem.

De joelhos, somos todos nivelados.

Igualmente Necessitados

Quer nos ajoelhemos ou não fisicamente, orar juntos abre o caminho para o amor mútuo, trazendo-nos todos para a mesma posição. “Portanto”, escreve Paulo: “se há alguma exortação em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão do Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa; nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo (Fp 2.1-3). O orgulho é o inimigo do amor. A humildade é o seu melhor amigo.

Quando oramos juntos, oramos na humildade da fé. Cada um de nós nos chegamos a oração precisamente porque somos fracos, necessitados e pecaminosos. Possuímos apenas o que Thomas Manton chamava de “a mão vazia da alma. . . [que] busca tudo em Deus.” A companhia de pessoas em oraçāo é uma companhia de pessoas igualmente dependentes de Deus. Mas também nos chegamos a oração com uma ajuda igualmente benevolente. Tanto o gigante espiritual mais eloquente quanto o novo crente mais tímido podem orar corajosamente juntos, porque Jesus ora por ambos.

Igualmente Úteis

Orarmos juntos nos faz nāo só nos lembrarmos que somos igualmente necessitados e igualmente bem-vindos diante do trono, mas também nos assegura que podemos ser igualmente úteis. Infelizmente, o cristianismo contemporâneo é atormentado por um elitismo antibíblico. Valorizamos cristãos que fazem algo acontecer. Um acadêmico que formula “grandes idéias” afeta o mundo mais do que uma criança com síndrome de Down. Uma pessoa de 30 anos que se muda para a Ásia e resgata vítimas de tráfico sexual está fazendo mais para Cristo do que uma viúva idosa num lar de idosos suburbano. Valorizamos conjuntos de habilidades especializadas, força humana e resultados visíveis.

Mas, como acontece frequentemente, a Bíblia desafia nossas prioridades. Preste atençāo ao relatório de Paulo à igreja de Colossos:

Saúda-vos Epafras, que é um de vós, servo de Cristo Jesus, e que sempre luta por vós nas suas orações, para que permaneçais perfeitos e plenamente seguros em toda a vontade de Deus. Pois dou-lhe testemunho de que tem grande zelo por vós, como também pelos que estão em Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis. (Cl 4.12-13).

Epafras estava fazendo um trabalho extremamente valioso para o Senhor. Era uma luta constante. Exigia um sacrifício de tempo e energia. Incentivava os santos e ajudava a três igrejas diferentes. Era muito, muito difícil. Ele estava orando numa reunião de oração.

A Escritura elogia a Epafras como um batalhador na oração corporativa. Embora orar juntos possa não parecer muito aos olhos de nossa cultura orientada por resultados, a Bíblia nos garante que a obra está sendo feita. Quando oramos, rogamos ao Deus que convence, converte, santifica, encoraja, fortalece e protege. Quando oramos, coisas importantes estão acontecendo.

Igualmente Suplicantes

E todo o povo de Deus pode participar. Como escreveu John Owen: “As orações dos santos mais ínfimos podem ser úteis ao maior apóstolo”. Quer estejamos com saúde. Quer estejamos doentes. Quer sejamos homens. Quer sejamos mulheres. Quer sejamos jovens. Quer sejamos idosos. Quer sejamos ricos ou pobres ou da classe média. Todos somos obreiros valiosos. Em 1859, na Escócia, o Senhor graciosamente enviou avivamento, como J.B. Johnston relatou em seu livro: The Prayer Meeting and Its History [A reunião de Oração e Sua História]. E numa comunidade, o avivamento começou através do trabalho de uma mulher com deficiência:

Em Burghead, uma das vilas de pescadores do Norte … numa reunião de oração, realizada na casa de uma mulher cristã, que pelos últimos trinta anos estava presa a uma cama de aflição, a seu pedido o foco das orações era pelo derramamento do Espírito, pelo despertar do povo de Deus e pela conversão de pecadores. Em breve os pescadores negligentes foram despertados, e muitos deles convertidos ao Senhor; enquanto toda a comunidade, com poucas exceções, foi movida, e não poucos, anteriormente fora do âmbito da igreja, vieram à frente para confessar a fé.

Porque uma mulher que não havia deixado sua casa por décadas, pediu a seus amigos para virem e orarem, o Senhor mudou a direçāo de uma cidade inteira.

Devemos também nos lembrar que não é apenas a pessoa que ora em voz alta que está na obra. Enquanto uma pessoa ora em voz alta, todos nós estamos batalhando juntos em oração, adicionando nosso “Amém” a suas palavras. Talvez uma das coisas mais amorosas que possamos fazer, é orarmos juntos com santos que não podem orar em voz alta por si mesmos.

Na minha própria vida, participei de obras reais do Reino junto daqueles cujas mentes estāo incapacitadas pela doença ou daqueles para quem as palavras de oração são fisicamente impossíveis. Abracei uma mulher num estabelecimento de saúde mental, orando em voz alta, enquanto ela simplesmente assentia com a cabeça. Já orei ao lado de pacientes idosos com a doença de Alzheimer e pessoas que estão morrendo de câncer, aqueles que nāo mais poderāo orar em voz alta, até que chegue o dia em que bendirāo Jesus face a face. Já orei também na companhia de crianças ainda por nascer, na esperança sincera de que elas possam, tal como João Batista, saltar em louvor, embora não possam falar.

Quando oramos em voz alta ao lado daqueles que não podem, oramos por eles, compartilhando nossas palavras quando elas lhes faltam, e oramos com eles, valorizando sua obra espiritual silenciosa, tão certamente quanto Cristo a valoriza também.

Quando de joelhos juntos, estamos nivelados.

Traduzido por Guilherme Cordeiro

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
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