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Cantemos as Canções que Jesus Cantou

28 de novembro de 2016. 

Os cânticos contemporâneos são fortemente baseados em frases dos Salmos: “Great is the Lord and most worthy of praise” [Grande é o Senhor e mui digno de louvor], Salmo 96.4, “Bless the LORD, oh my soul” [Bendize, ó minha alma, ao Senhor], Salmo 103 e “Cornerstone” [Pedra Angular], Salmo 118.22 estiveram entre as 20 canções de adoração mais tocadas no período em que este texto foi escrito.

Recentemente, porém, uma leva de álbuns deu um passo adiante, gravando salmos inteiros.

Em abril de 2015, a cantora e compositora Sandra McCracken lançou um álbum intitulado simplesmente Psalms [Salmos]. Já em 2001, o grupo Shane & Shane, do Texas, lançou Psalms [Salmos], e sua sequência, Psalms Vol. 2 [Salmos Vol. 2], em 2015. A Banda The Robbie Seay tem dois LPs sobre os Salmos, lançados em 2013 e 2015. E a Sons of Korah, banda de louvor australiana que começou a gravar no ano 2000, canta apenas salmos.

As canções destes álbuns tentam capturar o sentido, e em alguns casos, as palavras, do capítulo inteiro.

“Está se tornando meio que uma tendência”, disse Shane Heilman, que iniciou o The Psalms Project [Projeto Salmos]. Heilman é também diretor de um colégio e presidente da Way Deeper Ministries, que capacita pessoas a praticar as disciplinas espirituais, como meditação, oração e jejum.

Segundo Heilman, a coleção de três volumes de sua banda, The Psalms Project, foi transmitida pela internet, baixada e comprada mais de 1 milhão de vezes desde que foi lançada, pela a primeira vez, em 2011. A coleção, que inclui 30 salmos até agora, aparece como primeira opção nos resultados do Google quando se busca por “psalms” e “music” [“salmos” e “música”].

“Um pouco disso se deve à insatisfação com a superficialidade das letras de louvor contemporâneo”, diz ele. “Estes salmos têm algo a dizer, se formos corajosos e malucos o suficiente para transformá-los em canções modernas.”

Transformando Todos os 150 Salmos em Música

Heilman quer transformar todos os 150 Salmos (na sua integralidade) em música.

“Cerca de 10 anos atrás, quando estava em uma viagem missionária, tive um impulso de musicar o Salmo 1”, ele conta. Ele gostou da melodia, de como as palavras eram pura Escritura, e também porque era diferente da típica música contemporânea de adoração.

“Daí veio a idéia delirante de tentar fazer isso com todos”, disse Heilman. Mas ele desistiu quase que imediatamente, desnorteado pelo emaranhado de expressões idiomáticas hebraicas e métricas irregulares.

Anos mais tarde, enquanto memorizava o Salmo 2, ele não parava de pensar, “isso daria uma música muito legal, porque é uma mensagem tão poderosa, uma mensagem política”.

Assim ele o fez, e no dia seguinte começou a trabalhar no Salmo 3.

“Comecei a pegar o jeito de transformar aqueles poemas hebraicos estranhos em música. Depois que fiz cinco, pensei: Por que não chegar a 150?”

Onde Foram Parar os Salmos?

Canções contemporâneas de adoração costumam arrancar frases de louvor dos Salmos, deixando de fora as queixas, as discussões, e a linguagem imprecatória incômoda, disse Michael LeFebvre, pastor da Christ Church Reformed Presbyterian [Igreja Presbiteriana de Cristo Reformada] em Brownsburg, Indiana. Muitos salmos incluem tudo isso, e às vezes, vão de uma emoção extrema à outra.

“Fazer isso dificulta muito para o compositor, porque é preciso combinar a emoção e a teologia do salmo na música”, disse Heilman.

Esta combinação é, por vezes, difícil, especialmente porque ele não quis usar o andamento dos hinos, mas algo mais moderno “que pudesse ser tocado nas rádios”.

“O ponto que realmente me intrigava era: Se este foi o hinário do povo de Deus por centenas, milhares de anos, por que há tão pouco dele em nossa adoração hoje?”

Por Que Eles Saíram?

O uso dos Salmos começou a diminuir quando Isaac Watts e outros começaram a compor hinos na Inglaterra, no início dos anos 1700.

“Ele começou a escrever novas músicas, porque as pessoas estavam cansadas de cantar salmos”, segundo LeFebvre. “Ele estava tentando torná-los mais fáceis e acessíveis”.

Segundo Stephen Marini, em seu livro Sacred Song in America [A Música Sacra nos Estados Unidos, sem edição em português], Watts também estava tentando ajustar a teologia destas pessoas.

Apesar de admitir que Davi era, sem dúvida, um instrumento escolhido de Deus, Watts afirmava que a compreensão religiosa de Davi poderia não ter assimilado plenamente as verdades reveladas, mais tarde, por Jesus Cristo. Os Salmos deveriam, portanto, ser “renovados”, como se Davi fosse um cristão, ou como Watts coloca no título do seu Saltério, em 1719, eles deveriam ser “representados na linguagem do Novo Testamento”.

Larry Eskridge escreveu para a revista Christian History que, ao longo dos últimos 40 anos, as igrejas mudaram novamente, desta vez se afastando dos hinos e se aproximando dos cânticos. Começando com o movimento Jesus People [Povo de Jesus], na década de 1970, cristãos munidos de violões começaram a escrever suas próprias canções de adoração. E apesar do movimento Jesus People ter desaparecido, sua influência no louvor congregacional permaneceu, provocando as já em declínio “guerras de adoração”.

Agora que os cristãos se acostumaram a músicas que apenas louvam a Deus (talvez como parte de nossa tendência a aparentar só o nosso melhor) canções de queixas ou que clamam pela vingança de Deus nos fazem sentir desconfortáveis, diz LeFebvre. Ele é o autor do livro Singing the Songs of Jesus [Cantando as Canções de Jesus, sem edição em português], que explica como os Salmos eram originalmente usados ​​na adoração.

“O modelo para a adoração é o Rei, que é o solista, cantando para Deus”, ele explica. “Nós somos o coral de apoio”.

Dentre os milhares de salmos cantados durante o louvor no templo, os israelitas reuniram esses 150 ao longo dos anos que passaram entre os Testamentos, esperando o seu Messias.

“Eles foram reunidos quando não havia nenhum rei no trono, na expectativa pelo solista que irá nos conduzir”, explica LeFebvre. “De certo modo, este não é o hinário do Antigo Testamento. É o hinário que o Antigo Testamento está entregando ao Novo Testamento. Estes hinos foram dados ao povo de Deus disperso, à espera do Filho de Davi, que irá nos conduzir em adoração novamente”.

Cantando Com Jesus, o Rei

Jesus é este Rei, e nós estamos cantando estas músicas com Ele, diz LeFebvre. Embora a linguagem possa incomodar, podemos ter certeza de que é correta e inspirada por Deus.

A linguagem ocasionalmente sombria do Saltério, apesar de não direcionar louvor a Deus, é a avenida que podemos usar para chegar lá, diz ele.

“Lutar com nossa frustração, nossa miséria e a falta de sentido no mundo nos conduz ao louvor”, diz ele. “Não são declarações de louvor propriamente, mas nos ajudam a levantar e louvar”.

E apesar de algumas situações específicas parecerem estranhas aos cristãos modernos (habitar nas tendas de Quedar, pelejar em batalhas físicas, ou oferecer oferta queimada), elas podem nos lembrar da universalidade da Igreja. Estas mesmas palavras foram cantadas pelos antigos israelitas no templo, pelos discípulos em Jerusalém, por Calvino em Genebra e pelos Puritanos na Nova Inglaterra. E hoje os cristãos na Síria, em Pequim e na Nigéria estão cantando as mesmas palavras.

“Quando cantamos os Salmos, estamos cantando em solidariedade à igreja sofredora por todo o mundo”, diz ele.

Nem Sempre é Fácil

Dito isto, cantar os Salmos no culto congregacional nem sempre será fácil. A linguagem não é tão fácil como a nossa repetição moderna de estrofes rimadas, e as emoções não são sempre tão inspiradoras.

Para aqueles ansiosos em ensinar sua congregação sobre a importância de cantar os salmos, LeFebvre sugere que o que ajuda é explicarmos a teologia dos salmos, e ensinarmos as pessoas a procurar por imagens que rimam ao invés de palavras que rimam.

Heilman diz que existem inúmeras vantagens em retomar o uso dos Salmos no culto congregacional, tanto no nível pessoal como para a igreja em geral. Ao menos, a prática conecta os cristãos (individualmente) e suas igrejas locais específicas mais intimamente com a Palavra revelada de Deus.

“Percebi o quão diferente e específica é a mensagem de cada salmo do que eu pensava inicialmente… Todos eles têm algo importante e único para oferecer. A maior surpresa foi ver o quanto existe ali que eu não havia percebido antes”.

Traduzido por Claudio L. Chagas

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
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