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A Afirmação Não É Um Dom de Outros

26 de dezembro de 2016

Você já esteve em algum desses círculos de consolidação de equipe, nos quais se é convidado a compartilhar algo de positivo sobre a pessoa ao lado? As palmas das minhas mãos ficam suadas só de pensar nisso. Não só é difícil pensar em algo ali, na ficha; é assustador quando olhamos à esquerda e percebemos que não temos nada a dizer sobre a pessoa. Então, começamos a fazer uma lista mental de palavras como “legal”, “bondoso” e “incrível”.

Como professora, faço com que meus alunos pratiquem a afirmação de tempos em tempos, normalmente quando não estão se dando bem. Sempre começa com dificuldades. Mas, ao ficarem lá sentados, pensando na pessoa ao lado, começa um efeito de afirmação tal como de bola de neve. Termina com espanto sobre o quanto eles foram capazes de dizer uns dos outros.

Hoje, a afirmação é clicável. Não requer articulação de pensamento, nem mesmo exige o uso de palavras. Se você quiser que alguém saiba que você foi encorajado pelo post do blog, há um botão “curtir” para isso. Se você gostou da fotografia, pode clicar no ícone do coração sob a mesma. Depois de rolar e clicar por cerca de 15 minutos, você cumpriu sua cota de afirmação.

Não quero minimizar o ministério de emoticons e botões de “curtir”; afinal, a tecnologia e as mídias sociais podem ser usadas para edificar e conectar crentes de todo o mundo. Mas, temos de erguer o olhar para cima de nossas telas por tempo suficiente, para enxergarmos o corpo de Cristo bem à nossa frente. Como estamos afirmando as pessoas reais, com as quais adoramos a cada domingo? Estamos proativamente considerando como estimularmos “uns aos outros ao amor e às boas obras” (Hb 10.24)?

Isto não é apenas uma obra para extrovertidos. Todo o corpo deve se envolver no exercício de afirmação.   

Afirmação x Bajulação

O autor de Hebreus afirma homens e mulheres imperfeitos, não de forma definitiva, para nos apontar a Abraão, Noé ou Raabe, mas para nos apontar para “Jesus, o autor e consumador da nossa fé” (Hb 12.2). A afirmação bíblica se centra na glória de Deus. É dizer a verdade em amor, o que ajuda a igreja a crescer em força e à semelhança de Cristo (Ef 4.15-25). Paulo era especialista nisto:

“Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós, desde que ouvimos falar da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes a todos os santos, por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,” (Cl 1.3-6).

Ao afirmar os crentes de Colossos, Paulo realiza três coisas. Primeiro, ele agradece a Deus, deixando claro quem recebe a glória. Em segundo lugar, ele identifica o que os colossenses estão fazendo corretamente: eles estão crendo em Jesus e amando a igreja. E em terceiro lugar, ele reconhece que é a esperança do evangelho que os capacita a fazerem o bem. A afirmação de Paulo desencoraja a auto-consciência, promovendo a consciência de Deus.

A afirmação é dizer a verdade em amor. . . . A bajulação edifica, com o intuito de ser edificada. . . . A bajulação é imediatamente gratificante. A afirmação dá trabalho.

Em contraste com a afirmação bíblica, a bajulação edifica com o intuito de ser edificada. Elogios são nossas respostas fáceis, às quais habitualmente nos tornamos em resposta àqueles ao nosso redor. Se formos honestos, nossa bajulação é muitas vezes motivada por um desejo de gostarem de nós. A bajulação é imediatamente gratificante. A afirmação dá trabalho. E isto não se consegue sem sofrer algum constrangimento ou correr o risco de rejeição.

Neste ano passado, Deus me desafiou a falar a verdade em amor com as pessoas. Ao praticar esta afirmação direta e sem lugar para me esconder, rapidamente percebi a vulnerabilidade que ela exige. Algumas vezes, foi constrangedor. Para ganhar coragem, peço a Deus que me ajude a ligar mais para a edificação de Seu corpo do que para a maneira como sou percebida, mais por glorificá-lo do que para me sentir no controle.

A Linguagem de Amor de Todos

Na igreja, palavras de afirmação devem ser verdadeiras, faladas em amor, e ditas para apontar a pessoa ao alto, não para seu interior. Devem levar em consideração o que “se encaixa na ocasião”, e o que traria graça ao ouvinte (Ef 4.29). Por exemplo, como se poderia encaixar palavras de afirmação, ao conversarmos com um amigo lutando contra a depressão? Se ele está perseverando ao invés de desistir, afirme esta perseverança. Se ele está focando no hoje, ao invés de se preocupar com o amanhã, afirme esta obediência.

Palavras de afirmação devem ser verdadeiras, faladas em amor, e ditas para apontar a pessoa ao alto e não para seu interior.

Quando presumimos que a afirmaçāo é um dom de outrem, o corpo de Cristo se torna torto, pesado, e desarticulado. É necessário que todo o corpo seja parte da edificaçāo “de si mesmo em amor.” (Ef 4.16).

Então, puxe alguém de lado após o culto. Agende um café. Faça uma ligação. Se você é mais introvertido, envie uma mensagem de texto ou escreva uma carta à mão. Lembre-se que Deus projetou Seu corpo de uma forma que exige que cada membro tenha “igual cuidado uns dos outros.”, a fim de que possa funcionar corretamente e crescer com saúde (1Co 12.25). Há membros da sua igreja que necessitam saber que o trabalho que estão realizando está dando frutos. Há os que estão pedindo a Deus por direção, por coragem para continuar, pela afirmação de que o Espírito está vivo neles.

Quando afirmamos uns aos outros biblicamente, fazemos esta obra. Fortalecemos joelhos fracos e levantamos cabeças ao alto, para aquele que é o próprio Cabeça.

 

Traduzido por João Pedro Cavani

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
To learn about the evidence for the historical reliability of the four Gospels, click below to access a FREE eBook of Can We Trust the Gospels? written by New Testament scholar Peter J. Williams.
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