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7 Maneiras de Lidar com as Dúvidas

Você já lutou contra dúvidas? Se você for honesto, sim. 

As dúvidas afetam a vida de muitos crentes. A realidade é que a fé de ninguém é perfeita nesta vida. Isso inclui a todos nós. E se nossa fé não é perfeita, então ela pode crescer e tornar-se mais forte hoje do que era ontem.

Gosto de pensar nas dúvidas como a lacuna entre a nossa fé atual e a fé perfeita. Se este for o caso, todos nós temos dúvidas.

Não apenas isto, mas não há nada sobre o que os cristãos não possam duvidar. Às vezes, duvidamos da nossa salvação; outras vezes duvidamos do amor de Deus. Muitas vezes, até mesmo duvidamos da confiabilidade das Escrituras, da existência de Deus ou da identidade de Cristo. Até mesmo João Batista, a quem Cristo chamou de o maior entre os nascidos de mulher (Mt. 11.11), uma vez expressou dúvidas sobre a própria identidade de Cristo (Mt. 11.3).

Aqui estão sete princípios a serem considerados ao lidar com dúvidas.

1. Tenha misericórdia daqueles que duvidam.

Judas 22 nos diz “apiedai-vos de alguns que estão na dúvida”. É fácil julgar, condenar e desprezar os que duvidam como se fossem cristãos de segunda categoria. Mas ter piedade daqueles que duvidam é estar presente com eles, confortando-os e edificando-os.

Muitas vezes, não se trata apenas de uma luta com dúvidas que duram uma noite e que desaparecem após uma boa noite de sono. Alguns duvidam por toda a vida. É de sua natureza. Necessitamos aprender a ter misericórdia deles (e de nós mesmos). Pode ser que tenhamos que responder as mesmas perguntas por várias e várias vezes. Está tudo bem. E é uma oportunidade para aprendermos a ser pacientes.

2. Perceber que as dúvidas muitas vezes sāo as dores de parto de uma fé aprofundada. 

Muitos de nós se tornaram crentes ainda crianças, com uma fé mediada através de nossos pais, em quem nós implicitamente confiávamos. À medida em que crescemos, nossa fé é testada por provações, tentações e sofrimentos (Jó; Lc. 8.5-15; Rm. 5.3-4; Tg. 1.3).

É por isso que as nossas dúvidas mais significativas geralmente ocorrem nas décadas dos 20 e 30 anos. Mas isso não é algo ruim. Todos nós necessitamos considerar que as verdades que defendemos podem estar erradas, a fim de abraçamos a nossa fé de maneira mais profunda. Tais dúvidas muitas vezes resultam em uma fé mais forte.

3. Estejamos dispostos a viver com o mistério.

Às vezes, queremos todas as respostas. Queremos uma compreensão completa antes de nos comprometermos com Deus.

Embora Deus tenha nos revelado tanto e que há muito que podemos entender, existem as coisas “secretas” que pertencem apenas a Ele (Dt. 29.29). Nunca seremos capazes de compreender a Trindade, ou como Deus criou todas as coisas a partir do nada. Mas o que podemos compreender é suficiente para descansarmos em Deus quando surgirem os mistérios.

4. Façamos das principais coisas as coisas principais.

Paulo disse aos coríntios que ele havia lhes entregue coisas “de primeira importância” (1 Co. 15.3). Ele continua, falando sobre a morte expiatória e sobre a ressurreição justificadora de Cristo como sendo as questões mais centrais para a fé.

Muitos de nós tem dúvidas acerca de questões secundárias, tal como quando e como Deus criou o mundo ou os detalhes da volta de Cristo. Há muitas questões na fé cristã sobre as quais tem havido divergências legítimas durante séculos. Todo o cristianismo ortodoxo, no entanto, sempre esteve em unidade sobre quem é Cristo e o que ele fez. 

Então, quando começarmos a sentir dúvidas sobre que nos foi ensinado sobre questões secundárias, não devemos ficar demasiadamente preocupados. Muitos de nós ainda estão labutando com esses assuntos.

5. Vivamos de acordo com a fé que ainda possuímos.

Duvidar não é o mesmo que descrença. Novamente, as dúvidas sāo a ponte que liga a fé atual à fé perfeita. E essa ponte permanecerá até a nossa morte ou o retorno de Cristo. No entanto, quando passamos por uma crise de fé, nós naturalmente não vemos as coisas dessa maneira. Uma vez que a dúvida entra e infecta nossas vidas em um nível consciente, isso pode ser interpretado por nós como uma descrença definitiva. Simplesmente não sabemos como processá-la de outro modo. Cremos estar em uma inevitável estrada para a completa descrença.

Infelizmente, por pensarmos desta maneira e como outras pessoas podem nos tratar como se tivéssemos uma doença contagiosa, começamos a viver como incrédulos. Se o pecado não era o problema original, ele se torna o problema crônico agora. É importante que aqueles que lutam contra as dúvidas não deixem que suas dúvidas influenciem suas vidas, de modo que comecem a viver como incrédulos. Incentive aqueles que têm duvidas a continuarem vivendo como cristãos, arrependendo-se e crendo no evangelho, mesmo que nem sempre se sintam como cristãos.

6. Duvidemos de nossas dúvidas.

Por que dar às nossas dúvidas uma cortesia que não damos à nossa fé? Sāo nossas dúvidas tão convincentes que não podem ser questionadas?

Quando atravessamos tempos de dúvida, necessitamos ter certeza de que também somos críticos em relação às nossas dúvidas. As dúvidas geralmente não oferecem uma solução melhor; elas apenas perturbam a solução que já temos. Para os cristãos, podemos ter certeza de que as verdades centrais da nossa fé nunca serão superadas pelas nossas dúvidas. Incomodados, sim. Mas quando aprendemos a duvidar de nossas dúvidas, nossa fé nunca deverá ser derrotada.

7. Lidemos com o pecado em nossas vidas.

Eu intencionalmente deixei este por último. Muitas vezes, este é ponto de partida dos cristãos quando lidam com um irmão querido passando por uma crise de dúvida, em grande parte porque isso nos ajuda a colocar as dúvidas em uma caixa discernível. Também nos ajuda a encontrar uma solução rápida. “Oh, você está duvidando de sua fé? Certo, deixe de pecar! O próximo?” Obviamente, as dúvidas muitas vezes sāo bem mais complicadas.

Mas devemos reconhecer que o pecado pessoal tem o poder de minguar a fé. A desobediência a Deus cobrará um preço alto de nossa fé.

Somos todos pecadores, mas alguns pecados produzem um efeito único em nossa mente e na nossa visão de mundo, especialmente se tentarmos justificá-los. Por exemplo, lutar contra a atração pelo mesmo sexo é uma coisa; abraçar ativamente a homossexualidade e tentar justificá-la biblicamente é outra completamente diferente. O efeito aqui não é apenas moral, social e físico; ele também corrompe a mente. O esforço para reinterpretar a Bíblia de uma maneira mais amigável para com a homossexualidade não permanecerá isolado nesta categoria; mais cedo ou mais tarde, o paradigma mental construído para tornar o pecado aceitável irá corromper todo o resto.

Em resumo, se há algo que sabemos que devemos fazer, mas não estamos fazendo, as dúvidas logo se espalharão e nossa crise de fé será difícil de superar. Necessitamos gentilmente fazer estes tipos de perguntas quando for o momento certo. Mas simplesmente disparar acusações contra pessoas sobre algum pecado pessoal profundamente enraizado pode ser crítico e constrangedor. Devemos perguntar se há algum pecado que possa estar causando as dúvidas da pessoa. Se a resposta for não e se não pudermos facilmente identificar nada como causa, não devemos insistir na questão.

Terra e País

Descobri que existem principalmente dois tipos de pessoas que duvidam. Os primeiros estão se afastando de Deus e crêem que estão encontrando a liberdade. As pessoas do segundo tipo sentem que estão se afastando de sua fé e ficam profundamente incomodadas com isso. A diferença deste segundo grupo é que eles estão sempre diante de Deus, clamando com os braços estendidos para que Ele os ajude. Felizmente, na maioria dos casos, essas pessoas lutando contra dúvidas retornam à fé em algum momento.

Até certo ponto, podemos sempre viver na terra das dúvidas. Mas é possível que nossa terra da dúvida específica ainda esteja dentro do país da fé. Duvidar de nossa fé não significa que não tenhamos fé. Judas 22 diz que devemos ter piedade daqueles que têm dúvidas, sejam estas dúvidas em nós mesmos ou em outros. Façamos isto. 


Nota do editor: Este é um trecho adaptado da ESV Men's Devotional Bible (Crossway, 2015). 

 

Traduzido por Bruno Nunes

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
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