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3 Maneiras Pelas Quais o Movimento Pró-Vida Pode Ajudar a Acabar com o Aborto

21 de janeiro de 2017

Durante um simpósio ministérial em 1984, ouvi um historiador cristão dizer que pensava que o Muro de Berlim cairia em 10 anos.

Eu quase ri alto. Com o desenrolar das coisas, ele estava errado. O muro caiu em cinco anos.

Apesar do quadro sombrio que vemos ao nosso redor, estou convencido que a causa pró-vida não é tão desoladora quando nossa mensagem é comunicada claramente. Embora eu não creia que estejamos caminhando para uma solução rápida, é evidente que os pró-vida estão causando um impacto.

Não pretendo ter uma estratégia boa o suficiente para vencer a batalha do aborto. Estratégias sāo transitórias e a maioria é descartada antes que a tinta fique seca. Mas creio que há alguns passos necessários que devemos adotar para que possamos vencer. Aqui estão três que podemos começar a implementar agora.

1. Recrutar mais apologistas pró-vida de tempo integral.

“Há mais pessoas trabalhando em tempo integral para matar bebês do que pessoas que trabalham em tempo integral para salvá-los”, observa Gregg Cunningham, diretor do Centro para a Reforma Bio-Ética. “É porque matar bebês é muito rentável, enquanto salvá-los é muito caro. Tão caro que um grande número de americanos que dizem se opôr ao aborto, não estão levantando um dedo para impedi-lo. E aqueles que levantam um dedo para impedi-lo fazem apenas o suficiente para aplacar suas consciências, mas não o suficiente para parar a matança”. 

Essa é uma acusação impressionante ao nosso movimento, e é fácil pensar “não sou eu”. Mas, quer gostemos disso ou não, não posso discordar do ponto de Cunningham. Simplesmente, não temos trabalhadores pró-vida em tempo integral o suficiente, e se não levarmos a sério o ato de encontrá-los, nosso movimento continuará a ser um movimento voluntário de tempo parcial, incapaz de enfrentar os profissionais fortemente financiados da Planned Parenthood [Paternidade Planejada], a ACLU, e outros grupos que são muito bem pagos para defender a matança de bebês. As igrejas não têm problemas em recrutar missionários para aventuras no exterior, e isso é uma coisa boa. Por que não recrutar também jovens de nossas igrejas para estudar Direito e buscar um cargo político, enquanto incentivam outros a buscar carreiras em apologética pró-vida? (A Biola University e a Trinity International University fornecem treinamento de pós-graduação em apologética cristā e bioética).

2. Treinar jovens sistematicamente.

Há alguns anos atrás, eu paguei aos meus dois filhos mais velhos, com 16 e 15 anos na época, para estudarem apologética comigo em vez de conseguir empregos de verão. Eu os fiz ler livros para leigos sobre doutrina cristã, apologética e advocacia pró-vida. Alguns pensaram que eu estava louco, mas fez muito sentido para mim. Se pais não têm nenhum problema em gastar até 25 mil dólares por ano para enviar seus filhos a universidades nas quais o cristianismo é atacado abertamente, então por que me preocupar com uma fração desse valor para que meus filhos possam solidificar suas crenças?

Dou palestras em escolas secundárias protestantes e católicas por todo o território dos Estados Unidos. Repetidamente, ouço de alunos que nunca haviam ouvido uma palestra pró-vida como a minha. Em cada uma delas, os alunos vêem fotos retratando o aborto e ouvem um argumento convincente da visão pró-vida. Os responsáveis, sejam eles professores ou administradores, temem que as crianças não possam lidar com conteúdo relacionado ao aborto, mas eles estão errados. Ouço frequentemente de alunos: “Finalmente sei como defender aquilo em que creio. Obrigado!”.

Muitos líderes cristãos temem o homem mais do que temem a Deus. Certa vez, perguntei a um diretor de escola que queria que eu fizesse a palestra sem fotos: “Alguma das razões que você está me dando para não mostrar esse filme vale o preço da vida das crianças que poderiam ter sido salvas se o tivéssemos graciosamente mostrado?”. Ele reconheceu que a pergunta era boa, mas deu a resposta padrão: “Nossos alunos simplesmente não estão preparados para isto”.

Então, o que devemos concluir: que uma aluna ver um aborto é pior do que uma aluna realmente tendo um aborto?

É certo que alguns defensores pró-vida usam mal os recursos visuais gráficos e demonstram uma falta geral de sensibilidade. Mas a solução não é rejeitar categoricamente as imagens; a solução é usá-las com sabedoria e compaixão.

Se quizermos equipar nossos filhos para suportar os desafios de uma cultura que ama o aborto, teremos que começar a correr alguns riscos razoáveis ​​e um deles é deixá-los ver a verdade. O que nos leva ao terceiro ponto.

3. Ser visual.

Qualquer estudante de idade suficiente por lei para fazer um aborto sem o consentimento dos pais, tem idade suficiente para ver as consequências desta escolha. Educadores reconhecem universalmente o valor de gráficos visuais, quando utilizados corretamente.

Estudantes de ensino médio, por exemplo, são expostos rotineiramente a fotos macabras do Holocausto Nazista contra os judeus. Imagens de corpos mutilados empilhados como lenha comunicam o horror dos campos de concentração de uma forma que nenhuma palestra pode fazê-lo. Na verdade, os produtores de “A Lista de Schindler” doaram uma cópia do filme para cada escola secundária nos Estados Unidos, apesar de seu conteúdo gráfico. Os professores reconheceram que as imagens são perturbadoras, mas argumentaram que os alunos não iriam entender o Holocausto a não ser que as vissem. Como o notável crítico de televisão Howard Rosenberg escreveu no Los Angeles Times: “Embora quase demasiado horrível de se ver, estes segmentos são absolutamente essenciais”. 

Ensinar sobre o holocausto do aborto com menos rigor é intelectualmente desonesto. Se os alunos são maduros o suficiente para “A Lista de Schindler”, eles podem ver um filme de dois minutos como “This Is Abortion” [Isso É o Aborto].

Alguns do movimento pró-vida temem que mostrar imagens gráficas de aborto coloque um sentimento de culpa em mulheres que já o fizeram. É verdade que devemos ser sempre gentis, mas pessoas feridas pelo aborto necessitam desesperadamente sair de um estado de negaçāo para a confissão, para que possam encontrar a cura e o perdão. O fato de que o arrependimento é doloroso não nos exime do dever de ensiná-lo. Além disso, tratamos mulheres com condescendência, quando presumimos elas são inerentemente fracas demais para verem o aborto objetivamente.

No entanto, as imagens devem ser usadas corretamente, o que significa que não devemos mostrá-las como surpresa a públicos desavisados. Quando vou mostrar o filme de dois minutos “This Is Abortion”, relato exatamente o que está no clipe e as convido a não olharem, se assim o desejarem. Quase todos assistem, e ninguém reclama. Tenho notado que isto é verdadeiro em várias configurações, tal como debates, banquetes, escolas e igrejas. Com públicos cristãos, introduzo minhas observações afirmando que Cristo está ansioso para perdoar o pecado do aborto e que meu objetivo não é condenar, mas esclarecer e equipar.

Pessoas que nāo tem o coraçāo partido a respeito do aborto, quase nunca farão concessões em seus estilos de vida que seriam necessárias para apoiar centros de gravidez em crise ou outros esforços pró-vida num nível sacrificial. As imagens mudam a forma como as pessoas se sentem a respeito do aborto, enquanto que os fatos mudam a forma como elas pensam. Ambos são vitais na mudança de comportamento.

É verdade que muitas pessoas não gostam de imagens de abortos e as acham ofensivas. Isto é de se esperar, dado o desconforto de admitir culpabilidade moral em face da injustiça. A questão mais urgente é se o número de pessoas desconcertadas pelas imagens gráficas excede o número de pessoas compelidas a modificarem suas crenças. Se o debate sobre o aborto por nascimento parcial serve como indicaçāo, deveríamos apostar nas imagens.

Abra o Caixão Sobre o Aborto

Cunningham diz frequentemente que o aborto é um mal tão inexplicável, que não há palavras para descrevê-lo. Embora as imagens sejam difíceis de se ver, elas transmitem a verdade de uma maneira que as palavras nunca poderiam.

Considere este exemplo paralelo histórico. Em 1955, um afro-americano de 14 anos chamado Emmett Till viajou de Chicago para visitar seu primo na cidade de Money, no estado de Mississippi. Ao chegar, ele se gabou das garotas brancas que havia namorado em Chicago. Isso foi surpreendente para seu primo e para os amigos desse primo, uma vez que os negros no Mississippi, durante a década de 50, não faziam nem contato visual com os brancos, e muito menos os namoravam! Ambas as ações eram consideradas desrespeitosas. Mais tarde, naquele mesmo dia, Emmett, seu primo, e um pequeno grupo de homens negros entraram na Mercearia de Bryant, onde, encorajado pelos outros homens, Emmett flertou com uma mulher branca e casada, com 21 anos de idade, atrás do balcão. Depois de comprar doces, ou ele assobiava ou dizia algo suavemente provocante. (Os relatórios variam). Seu primo e os outros avisaram que ele estava em apuros. Alguns dias mais tarde, às 2 da manhã, Emmett foi levado da casa de seu tio, pelo marido da funcionária e por outro homem que lhe apontaram um arma. Depois de baterem nele violentamente, eles o mataram com um único tiro na cabeça.

O cadáver inchado de Emmett foi encontrado três dias depois no rio Tallahatchie. Uma hélice de ventilador industrial havia sido colocada sobre sua cabeça e amarrada com arame farpado. Seu rosto estava parcialmente esmagado e espancado, quase irreconhecível. O xerife local colocou o corpo de Emmett em um caixão lacrado e o enviou à sua mãe, em Chicago. Quando Mamie Till recebeu o corpo, anunciou surpreendentemente que haveria um funeral com caixão aberto para seu filho Emmett. As pessoas protestaram e lembraram a ela o quanto isso iria perturbar a todos. Mamie concordou, mas rebateu: “Quero que o mundo inteiro veja o que fizeram com meu filho”. A foto do corpo mutilado de Emmett naquele caixão aberto foi publicado na revista Jet, e isto ajudou a lançar o movimento de direitos civis nos Estados Unidos. Três meses depois, em Montgomery, Rosa Parks se recusou a mudar de lugar quando a mandaram fazê-lo. Ela disse que a imagem de Emmett Till lhe deu a coragem de se manter firme. 

É hora dos cristãos pró-vida abrirem o caixão sobre o aborto.

Devemos fazê-lo com amor, mas com sinceridade. Devemos fazê-lo em nossas igrejas durante os cultos principais, confortando os que sofrem, com o evangelho do perdão. Devemos fazê-lo em nossas escolas e faculdades cristãs, combinando recursos visuais com uma defesa convincente da visão pró-vida que seja traduzível para os incrédulos.

Mas devemos abrir o caixão.

Até que o façamos, os americanos continuarāo a tolerar uma injustiça com a qual eles nunca tem que se defrontar.


Nota do editor: este é um trecho adaptado de The Case for Life: Equipping Christians to Engage the Culture [A Causa Pela Vida: Equipando os Cristãos para se Engajarem à Cultura] (Crossway, 2009), e foi publicado originalmente no blog da Crossway.

Traduzido por João Pedro Cavani.

Is there enough evidence for us to believe the Gospels?

In an age of faith deconstruction and skepticism about the Bible’s authority, it’s common to hear claims that the Gospels are unreliable propaganda. And if the Gospels are shown to be historically unreliable, the whole foundation of Christianity begins to crumble.
But the Gospels are historically reliable. And the evidence for this is vast.
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